E
finalmente a gente conseguiu se ver.
Senti seu
cheiro, acompanhei sua expressão, mergulhei no seu abraço e pude te dizer
olhando nos olhos o quanto prefiro você perto, do que longe.
Enquanto
eu falava, percebia você olhando pra minha boca, eu sabia de parte das suas
intenções com ela e que no fundo, eram minhas também. Era claro o quanto eu te
desejava. Aliás o desejo é uma das coisas que nunca consegui esconder. Camuflo,
disfarço, até que em um dia qualquer assumo: morro de vontade de você.
E o
fantástico é que entre a gente não tem nada de etapas, frescuras, nem perdemos
tempo em dar nome pro que a gente tem, só gastamos o tempo sentindo.
E que
delícia esse sentir. Trocamos a vontade pela possibilidade.
E eu te
senti inteiro. Todo meu. Você trocou minhas inseguranças pelo toque de suas mãos
de artista, que me moldavam com tamanha perfeição, troquei letras por gemidos
intensos e voz ofegante. Você não era como eu imaginava. Você era algo que
nunca imaginei. Tive toda minha extensão de pele tocada por suas mãos atrevidas
e curiosas. Passamos o tempo todo entregues a sensação de ser tão livre a ponto
de se prender. O momento fez valer a vida inteira em 24 horas. Pouco importou
quais suas músicas preferidas, seu time, seu passado, seu presente, seu futuro.
Importou que quando esteve em meus braços, se permitiu ser meu. E depois,
encostei minha cabeça no seu peito e entre um suspiro e outro eu te disse bem
baixinho, até com medo de você ouvir: Queria que durasse pra sempre. E você
acariciou meus cabelos e disse: E vai durar, em algum lugar aqui dentro da
gente.